Geólogo Álvaro Crósta faz descobertas conclusivas em visita a Vargeão

Um uma visita rápida em Vargeão, acompanhado de três acadêmicos da Vrije Universiteit de Amsterdam e da Bélgica, o Professor da UNICAMP Álvaro Penteado Crósta fez novas descobertas relacionado a queda do meteorito em Vargeão.

O Domo de Vargeão é um dos raros exemplos de astroblemas em território brasileiro. Localizada na região oeste do estado de Santa Catarina, esta notável depressão circular possui aproximadamente 12 quilômetros de diâmetro e exibe desníveis abruptos de até 150m entre suas bordas e as porções internas.

A ocorrência de uma feição circular anômala nesse local foi apontada inicialmente por Paiva Filho & Scheibe (1978), com base na observação de imagem de radar do Projeto ADAMBRASIL, que a denominaram ‘Domo de Vargeão’.

O Domo de Vargeão foi estudado mais detalhadamente na década de 1980 por Barbour Jr. & Corrêa (1981), quando foram conduzidos na região trabalhos prospectivos para petróleo e gás. Esses autores realizaram levantamento geológico que resultou no reconhecimento de pelos menos quatro derrames vulcânicos entre a porção externa e o interior da estrutura, sendo os três inferiores de composição basáltica e o superior constituído por uma sequência de rochas vulcânicas diferenciadas, por eles classificadas como quartzo-latito pórfiro.

Já em 1987, o Professor e Dr. Álvaro Penteado Crosta, iniciava suas visitas e estudos em Vargeão, e na oportunidade mencionou a ocorrência de feições planares de deformação (PDFs) em pelo menos duas direções em grãos de quartzo dos arenitos aflorantes no centro do ‘Domo de Vargeão’.

A queda do meteorito é estimada pelos estudiosos em cerca de 110 milhões de anos e o que poderia ser impossível de se olhar a olho nu, parece que ganhou uma nova história em Vargeão. Em uma breve visita a Prefeitura, Crosta e os acadêmicos entregaram algumas amostras de rochas que evidenciam a queda do meteorito em Vargeão, “O que entregamos hoje para a Prefeitura de Vargeão, são cones de estilhaçamento (“shatter cones”) formado nos basaltos pela passagem da onda de choque liberada pelo impacto do meteorito que formou a Cratera de Vargeão. Esses agregados de cones estriados são a única evidência da origem por impacto meteorítico que pode ser vista a olho nu e são encontradas exclusivamente em crateras desse tipo. As demais evidências são muito pequenas e só podem ser vistas usando um microscópio. Esses cones são a prova conclusiva de que o local onde ocorrem é uma cratera meteorítica”, conclui Alvaro Penteado Crosta, em sua nova visita a Vargeão.

O material entregue passará agora por um processo de envelopamento para garantir sua durabilidade e posteriormente será levado ao Museu Municipal de Vargeão para visitação e novos estudos.